Liderança turca deve considerar próximos passos com calma, diz Conselho da Europa

PARIS (Reuters) – A liderança turca deve pensar com calma a respeito de seus próximos passos, disse o Conselho da Europa neste domingo, dado o resultado apertado no referendo do país sobre dar novos e poderes ao presidente Tayyip Erdogan.

“O eleitorado turco votou sobre as emendas à Constituição. Tendo em vista o resultado apertado, a liderança turca deve considerar seus próximos passos cuidadosamente”, disse o Secretário-Geral do Conselho da Europa Thorbjorn Jagland em comunicado.

“É de extrema importância garantir a independência do poder Judiciário em conformidade com os princípios do Estado de Direito consagrados na Convenção Europeia dos Direitos Humanos. O Conselho da Europa, do qual a Turquia é membro pleno, se prontifica a dar apoio ao país nesse processo”, acrescentou ele.

(Por Sudip Kar-Gupta e Gilbert Reilhac)

Polícia iraquiana acusa EI de ataque com armas químicas

A polícia iraquiana acusou o Estado Islâmico neste domingo (16) de usar armas químicas contra suas forças em Mosul, mas afirmou que isso não os impediu de tomar novos terrenos em direção à última fortaleza dos militantes na cidade.

Mosul, segunda maior cidade iraquiana, foi capturada pela linha dura dos combatentes sunitas em 2014, mas forças do governo retomaram grande parte dela durante uma operação que durou seis meses.

Autoridades da Polícia Federal iraquiana disseram à Reuters que o Estado Islâmico atacou forças do governo com agentes de armas químicas nos distritos de Urouba e Bab Jadid no sábado (15).

O ataque causou apenas ferimentos leves, disse a força em comunicado, sem fornecer mais detalhes.

A ONU afirmou no mês passado que 12 pessoas, incluindo mulheres e crianças, haviam sido tratadas por possíveis exposições a armas químicas em Mosul. O embaixador do Iraque na ONU Mohamed Ali Alhakim, no entanto, afirmou dias depois que não havia evidências para tal afirmação.

 

Ex-governador mexicano fugitivo é preso por corrupção na Guatemala e espera extradição

CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) – Um ex-governador de Estado mexicano foragido da polícia há mais de cinco meses e que se tornou o símbolo da corrupção dentro do partido governante do país foi preso neste domingo na Guatemala e espera agora pela extradição.

Javier Duarte, procurado por acusações de corrupção e crime organizado, foi detido no lobby de um hotel na cidade de Panajachel, a 130 quilômetros oeste da capital da Guatemala, disse a polícia nacional em comunicado.

Cenas da televisão local mostram um Duarte calmo, ex-governador do Estado de Veracruz, sendo conduzido pela polícia do lado de fora do hotel na noite de sábado, suas mãos algemadas atrás do corpo.

Duarte, que negou repetidamente quaisquer infrações, estava no hotel usando uma nova identidade ao lado de sua mulher, que não foi acusada de nenhum crime.

“Ele queria se passar por turista mexicano”, disse Stu Velasco, vice-diretor da polícia nacional da Guatemala.

Duarte, de 43 anos, foi transferido mais cedo no domingo para a prisão de Matamoros no centro da cidade da Guatemala, unidade conhecida por manter traficantes e ex-autoridades do governo guatemalteco acusadas de corrupção.

Veracruz, Estado rico em petróleo e agricultura, na costa do Golfo do México, é um dos maiores Estados do México, e tem sido historicamente um reduto do Partido Revolucionário Institucional (PRI), do presidente Enrique Peña Nieto.

Eleito governador em 2010, Duarte governou durante uma forte deterioração da segurança no Estado acentuada pela descoberta de túmulos em massa e uma onda de jornalistas mortos durante seu mandato.

Ele foi acusado de executar esquemas de enriquecimento pessoal com recursos ilícitos, potencialmente totalizando centenas de milhões de dólares e envolvendo ativos no México e no exterior.

Uma vez visto como jovem estrela em ascensão dentro do PRI, Duarte foi expulso em outubro, com as acusações de corrupção cada vez maiores. Ele renunciou como governador no mesmo mês, semanas antes do que seria o fim de seu mandato de seis anos.

(Por Sofia Menchu)

Erdogan vence referendo para implantar sistema presidencialista na Turquia

Voto a favor do novo sistema lidera a contagem com uma vantagem de 1,3 milhão de votos sobre o “não”, o que lhe garante a vitória
REUTERS

O  novo sistema presidencialista sugerido pelo chefe de Estado, Recep Tayyip Erdogan, venceu o referendo neste domingo (16) na A agência de notícias oficial da Turquia, Anadolu, noticia a vitória do “sim” no referendo promovido no país sobre a expansão de poderes presidenciais. De acordo com a agência, após 99,27% das urnas apuradas dentro do país, o “sim” recebeu 51,35% contra 48,65% do “não”.

Os turcos foram às urnas neste domingo para um referendo histórico sobre a aprovação de reformas constitucionais que expandem significativamente os poderes do presidente Recep Tayyip Erdogan.

Confirmada a vitória, as 18 mudanças constitucionais vão substituir o sistema parlamentarista turco de governo por um presidencialista, abolindo o papel de primeiro-ministro.

O primeiro-ministro e o próprio presidente Erdogan anunciaram a vitória antes mesmo da divulgação dos resultados oficiais. Dirigindo-se a milhares de adeptos de bandeira que acenam na noite de domingo, o primeiro-ministro Binali Yildirim disse que o resultado final “não oficial” é “sim” para o referendo constitucional.

O principal partido de oposição da Turquia diz que vai contestar 37% das urnas contadas no referendo. O vice-presidente do Partido Popular da República, ou CHP, Erdal Aksunger, previu que o número poderia até aumentar para 60%. “Desde esta manhã, detectamos cerca de 2,5 milhões de votos problemáticos”.

O partido de oposição pró-curdo do país, que também se opôs às mudanças constitucionais, disse que planeja se opor a dois terços das cédulas. O Partido Popular Democrático se pronunciou por meio de redes sociais. “Nossos dados indicam uma manipulação na faixa de 3% a 4%.”

A vitória do governo no referendo representa um fortalecimento das políticas do presidente, embora seja preciso algum tempo até que todo o impacto da mudança constitucional seja sentido. Algumas medidas não teriam efeito até as eleições de 2019. (Dayanne Sousa – dayanne.sousa@estadao.com e Renato Carvalho – renato.carvalho@estadao.com, com agências internacionais)


Erdogan enfrenta seu maior teste em referendo histórico na Turquia

No entanto, o Partido Republicano do Povo (CHP), o maior da oposição, que fez campanha contra a reforma, denunciou que estas cifras provêm da agência semipública Anadolu e ainda não são os resultados definitivos da Junta Suprema Eleitoral.

Além disso, Erdal Aksünger, um porta-voz do CHP, declarou à imprensa que seu partido impugnará 37% das urnas apuradas, porque há “muita manipulação”.

Uma das maiores preocupações da oposição é o comunicado da Junta Suprema Eleitoral que hoje permitiu considerar válidas na contagem as papeletas não previamente seladas pela equipe da mesa eleitoral, o que abre a porta para manipulações na avaliação dos opositores de Erdogan.

“Dizem que são válidas as papeletas e envelopes sem selo oficial. Isso é ilegal. Isso quer dizer que podem ser trazidos votos de fora”, disse à imprensa o vice-presidente do CHP, Bülent Tezcan.

O triunfo da reforma, que seria aplicada a partir de 2019, abriria o caminho para que Erdogan possa governar até 2029, ou, inclusive, até 2034.

Os defensores da reforma sustentam que esta daria estabilidade ao país e melhoraria o crescimento econômico e a segurança, enquanto a oposição teme que Turquia se converta em uma espécie de ditadura devido aos enormes poderes que seriam atribuídos ao presidente.

Ministro de relações exteriores da Alemanha diz que é preciso manter a calma após referendo turco

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, falou neste domingo (16) sobre o resultado do referendo turco. Pediu às pessoas que se mantenham calmas após o voto favorável à mudança constitucional para ampliar o poder do presidente Tayyip Erdogan estar um pouco à frente.

“Parece que vai ser um resultado próximo, como esperado. Qualquer que seja o voto do povo turco no final, devemos manter a calma e proceder de forma sensata”, disse o ministro das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, em um comunicado.

“É bom que a campanha eleitoral, que foi travada tão amargamente, inclusive aqui na Alemanha, tenha acabado.”