Comitiva do FMI chega à Argentina para renegociar dívidas

Javier Milei deseja obter um perdão do FMI
Emiliano LASALVIA / AFP-10/12/2023

O porta-voz do governo da Argentina, Manuel Adorni, afirmou nesta terça-feira (2) que uma comitiva do FMI (Fundo Monetário Internacional) chegará a Buenos Aires para renegociar os termos do pagamento da dívida fechados pelo governo anterior, do peronista Alberto Fernández. Segundo Adorni o acordo caducou, por nunca ser cumprido.

Segundo o jornal Ámbito, a intenção do governo do presidente, Javier Milei, é obter um perdão (“waiver”, no jargão do mercado) do FMI após o país não conseguir cumprir as metas acordadas em agosto sobre volume de reservas e quadro fiscal. O jornal cita ainda que, nos primeiros meses do ano, a Argentina teria de pagar US$ 1,3 bilhão ao FMI (cerca de R$ 6,3 bilhões), no dia 9, e outros US$ 650 milhões, no dia 16.

Janela

O governo pretende no mínimo adiar o pagamento até o fim de janeiro. Fontes da Casa Rosada, citadas pelo jornal Clarín, informaram que “é provável” que eles unifiquem os vencimentos de janeiro, uma medida prevista nas regras do FMI — a Argentina já fez isso quando o ministro da Economia era Sergio Massa.

O FMI concedeu um empréstimo à Argentina durante o governo de Mauricio Macri, hoje aliado de Milei. Em 2023, Fernández renegociou os termos do acordo, mas não cumpriu as metas estabelecidas.

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A reunião de amanhã será presidida pelo chefe de gabinete de Milei, Nicolás Posse, e pelo ministro da Economia, Luis Caputo, que se encontrarão com a comitiva do FMI liderada por Kristalina Georgieva.

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Durante a campanha eleitoral, Milei se mostrou disposto a fazer um ajuste mais severo do que o exigido pelo FMI como condição para refinanciar as dívidas contraídas pelo governo de Macri.

Pressa

O presidente, que apresentou um pacote de reformas ao Congresso, no fim de 2023, tem pressa em aprovar as medidas para aproveitar o capital eleitoral que ganhou das urnas. Assessores e aliados temem um desastre da imagem de Milei se a população não perceber em breve alguma mudança na economia.

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Sobe para 50 o número de mortos após terremoto no Japão

Área comercial e residencial na cidade de Wajima, uma das mais afetadas
Kyodo/via Reuters – 02.01.2024

O número de mortos em consequência do terremoto de 7,6 graus de magnitude que atingiu a costa oeste do Japão na segunda-feira (1º) subiu para 50, enquanto continuam os esforços de resgate e a busca por pessoas presas sob os escombros dos edifícios desabados, segundo informaram fontes oficiais japonesas.

A cidade de Wajima, a cerca de 500 km de Tóquio e situada muito perto do epicentro do sismo, foi uma das mais atingidas pelo terremoto, que provocou o desabamento de cerca de 25 edifícios, muitos deles habitações particulares, nesta localidade de cerca de 27 mil habitantes.

As autoridades acreditam que pessoas ainda possam estar presas sob os restos de 14 destes edifícios, segundo dados do Corpo de Bombeiros local, que segue realizando operações de resgate.

Em várias das cidades afetadas, dezenas de pessoas foram levadas a hospitais e os esforços de resgate continuam, razão pela qual o número de mortos deverá aumentar nas próximas horas.

Imagens captadas pela NHK na manhã desta terça-feira mostraram um prédio de sete andares colapsado e uma coluna de fumaça subindo em uma área central de Wajima conhecida por seu mercado matinal.

A província também sofreu um incêndio que afetou mais de 200 estruturas e persiste em algumas áreas, embora as chances de se espalhar ainda mais sejam mínimas, segundo as autoridades.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, realizou nesta manhã uma entrevista coletiva na qual disse que ele próprio será o responsável pela gestão do desastre.

“Serei o diretor-geral, mobilizarei as Forças de Autodefesa, a Guarda Costeira japonesa, os bombeiros e a polícia”, explicou o premiê, que comentou que está sendo extremamente difícil o acesso de veículos às áreas do norte da península de Noto e que o governo já enviou suprimentos por navio.

O líder do Executivo japonês também pediu aos moradores das zonas afetadas “que atuem com segurança”, uma vez que “o risco de desmoronamentos de casas e deslizamentos de terras está aumentando nos pontos onde os tremores foram fortes”.

De acordo com os últimos números desta tarde, cerca de 32 mil pessoas foram evacuadas nas províncias de Ishikawa, Toyama e outras áreas próximas, enquanto os serviços aéreos e ferroviários locais permanecem suspensos.

Cerca de 1.000 soldados das Forças de Autodefesa japonesas estão participando das operações de resgate.

Já o número de casas sem eletricidade, principalmente em Ishikawa, está atualmente estimado em dezenas de milhares.

Terremoto no Japão causou alterações de até 3 m na crosta terrestre

Felizmente, as subidas do nível do mar detectadas em diferentes localidades japonesas, e até mesmo na vizinha Coreia do Sul, não causaram danos significativos.

O terremoto de segunda-feira é o mais mortal no Japão desde abril de 2016, quando dois terremotos de 6,5 e 7,3 graus de magnitude atingiram a ilha japonesa de Kyushu, deixando mais de 200 mortos e mais de 1.000 feridos.

O Japão é considerado o país mais preparado do mundo para gerir desastres naturais devido à sua frequência. As construções resistentes a fortes sismos e uma população prevenida são as principais chaves para a sua proteção.

Uma lei de 1981 marcou um antes e um depois nos padrões de construção anti-sísmica do país, que foram reforçados nas últimas décadas e que são, segundo especialistas, os mais elevados do mundo.