Tentativa de acesso aos registros médicos de Kate Middleton é investigada

Autoridades britânicas investigam um funcionário da clínica onde a princesa Kate Middleton passou por uma cirurgia. A suspeita é que ele tenha tentado acessar registros médicos de Kate sem autorização. O órgão britânico de proteção e monitoramento de dados confirmou que recebeu um relatório sobre uma suposta violação. Kate Middleton, esposa do príncipe William, herdeiro do trono, passou por uma cirurgia abdominal nesta clínica em janeiro, onde ficou internada por dez dias. As autoridades querem saber se ela teve dados pessoais vazados. A administração do local não se pronunciou sobre a investigação.

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Por que os legisladores estão tentando banir o TikTok em vez de fazer o que os eleitores desejam?

Os Estados Unidos estão vivendo uma polarização política. Mas há uma questão sobre a qual ambos os lados concordam: precisamos de mais privacidade, e o TikTok não deveria ser banido.

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Um número recorde de americanos – 72% – quer “mais regulamentação governamental” sobre o que as empresas podem fazer com seus dados, de acordo com um relatório de outubro do Centro de Pesquisas Pew. E apenas 31% dos americanos são a favor de uma proibição nacional do TikTok, segundo uma pesquisa de opinião feita em fevereiro pela Associated Press-Norc.

Nova lei dos Estados Unidos pode proibir a rede social TikTok de operar no país
Reprodução/Record News – 20/02

Apesar do que a opinião pública pensa, a Câmara dos EUA aprovou na quarta-feira (13), por esmagadora maioria, uma legislação que poderia forçar o TikTok a abandonar o controle de sua matriz chinesa ou ser banido. Não se sabe qual será seu destino no Senado.

A ByteDance, empresa controladora do TikTok, tem sede na China, e os legisladores americanos alegam estar buscando uma proibição em nome da proteção dos dados dos EUA contra o governo chinês. Contudo, os legisladores não estão pleiteando leis federais abrangentes sobre privacidade, que protegeriam os dados dos americanos em todos os aplicativos que usam.

Infelizmente, essa é apenas mais uma prova de como a legislação federal se distanciou da vontade do povo. Questões com amplo apoio popular, como o acesso ao aborto e o controle de armas, permanecem sem solução ao nível federal, e a maioria dos americanos afirma que as políticas governamentais não refletem a opinião pública sobre questões importantes.

Apesar dessa crescente disparidade, é de fato surpreendente que os legisladores se sintam à vontade para promover a proibição do TikTok em um ano eleitoral altamente decisivo. Afinal, um terço dos adultos norte-americanos declara usar o aplicativo, e um terço dos adultos norte-americanos com menos de 30 anos diz que recebe regularmente notícias no TikTok. Até mesmo o presidente Biden, que declarou que sancionaria a proibição caso ela chegasse à sua mesa, acabou de criar um canal no TikTok para sua campanha de reeleição.

Alguns congressistas, como o deputado Jeff Jackson, democrata da Carolina do Norte, usam regularmente o TikTok para se comunicar com seus eleitores. Jackson, que votou a favor do projeto de lei, tem dois milhões e meio de seguidores no aplicativo. “Minha mensagem para o TikTok: rompa com o Partido Comunista Chinês ou perca o acesso aos seus usuários americanos”, disse o proponente do projeto de lei, o deputado Mike Gallagher, republicano do Wisconsin.

A legislação busca impedir a distribuição nos Estados Unidos de “aplicativos controlados por adversários estrangeiros, como o TikTok”, a menos que o aplicativo seja vendido dentro de seis meses a um comprador aprovado pelo presidente dos EUA.

A pressa em aprovar esse projeto de lei é particularmente curiosa porque o governo federal já dispõe de um processo para lidar com entidades estrangeiras que compram participações em empresas nacionais. O Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos é um órgão interinstitucional que analisa os investimentos estrangeiros quanto a questões de segurança nacional. Por exemplo, foi uma análise do comitê que levou um comprador chinês a reverter a aquisição do aplicativo de namoro Grindr em 2020.

O comitê e o TikTok vêm negociando há anos sobre como mitigar as preocupações com a segurança nacional. Depois que o ex-presidente Donald Trump ordenou a investigação por parte do comitê, o TikTok ofereceu um plano que transferiria todos os seus dados sobre cidadãos norte-americanos para uma subsidiária nos EUA, que seria supervisionada pela Oracle. Esta também teria supervisionado os algoritmos do TikTok e as decisões de remoção de conteúdo em nome do governo dos EUA. No entanto, essa proposta foi rejeitada pelo governo dos EUA por motivos não revelados, e parece que as negociações chegaram a um impasse.

O problema é que forçar a venda do TikTok não resolveria os problemas que os legisladores afirmam estar tentando resolver. Vendê-lo para uma grande empresa de tecnologia, como Google, Meta ou Microsoft (pois, afinal, quem mais poderia pagar o preço estimado de US$ 84 bilhões?), não traria mais segurança aos dados dos americanos. Na verdade, isso simplesmente daria ao gigante da tecnologia que o comprasse um novo conjunto de informações sobre todos nós, que o novo proprietário poderia usar para aprimorar os dados já surpreendentemente detalhados.

Neste momento, por exemplo, o Google tem a maior parte dos meus e-mails, dos meus documentos, do meu comportamento de navegação na internet e do meu histórico de buscas. Os vídeos a que assisto no TikTok estão, de fato, entre as poucas coisas que ele não tem. A inclusão desses vídeos acrescentaria novos dados valiosos ao seu dossiê sobre mim e permitiria monetizá-los com anunciantes, corretores de dados e qualquer outra pessoa que use suas plataformas e seus serviços de publicidade de autoatendimento on-line.

Claro, talvez na pior das hipóteses o governo chinês esteja espionando minha visualização de vídeos do TikTok. (Este, claro, diz que a matriz chinesa é totalmente separada da entidade dos EUA.) Mas o TikTok não tem muito mais dados do que qualquer outro aplicativo – tudo que ele sabe é que passo muito tempo assistindo a vídeos de culinária e tutoriais de maquiagem. Essas informações provavelmente ajudam a China em sua busca incessante para fornecer todos os bens materiais que compro, de equipamentos de cozinha a pincéis de maquiagem. Só que o país já fabricava esses bens de qualquer forma, por isso acho que meus dados de visualização são apenas informações adicionais sobre a possível demanda futura por produtos.

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Certo, mas e quanto à lavagem cerebral que a China está promovendo por meio do TikTok? Li todas as mesmas histórias assustadoras – e tudo que posso dizer é que elas não são muito convincentes. Referindo-se à República Popular da China, o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional declarou em sua avaliação de ameaças de fevereiro que “as contas do TikTok administradas por um braço de propaganda da República Popular da China supostamente visavam candidatos de ambos os partidos políticos durante o ciclo eleitoral de meio de mandato dos EUA em 2022”.

Isso parece assustador até considerarmos que qualquer um pode criar uma conta no TikTok para atingir qualquer pessoa durante uma eleição. Sabemos, por exemplo, que os russos criaram contas no Facebook para tentar influenciar as eleições dos EUA em 2016, e eles não precisaram comprar o Facebook para fazer isso. Também vale a pena observar que a avaliação de ameaças não alega que o algoritmo do TikTok promoveu as contas da República Popular da China – e acredito que, se tivesse provas disso, o escritório do diretor de inteligência nacional teria se manifestado.

E não está claro se a comunidade de inteligência tem provas melhores do que as que está fornecendo a portas fechadas. Depois de uma reunião de segurança nacional sobre o TikTok, voltada para membros do Congresso, a deputada Sara Jacobs, democrata da Califórnia, disse à Associated Press: “Não ouvimos nada na reunião secreta de hoje que fosse exclusiva do TikTok. São coisas que acontecem em todas as redes sociais.”

Enquanto isso, a China parece estar tendo muito sucesso ao promover sua agenda política por meio de influenciadores no YouTube, no Facebook e no Instagram, de acordo com uma investigação conduzida pela Associated Press em 2022.

É a isso que me refiro. Todas as redes sociais são campos minados de informações, repletas de conteúdo enganoso proveniente de agentes estatais, corporações, influenciadores pagos e outros. Seus algoritmos alimentam nossos piores impulsos ao destacar conteúdos que promovem a raiva e a indignação. Elas extraem nossos dados para ganhar dinheiro.

Forçar o TikTok a se fundir com outra plataforma de rede social ávida por dados não resolverá nada disso. A solução é estabelecer regras básicas de privacidade que proíbam as empresas de explorar nossos dados e que nos deem controle sobre os algoritmos que utilizam para nos manipular.

(Julia Angwin é colaboradora da seção de Opinião do “The New York Times” que escreve sobre política de tecnologia.)

c. 2024 The New York Times Company

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O aposentado que ensina as refugiadas afegãs a dirigir nos Estados Unidos

Bibifatima Akhundzada entrou com o Chevrolet Spark branco no meio do trânsito do centro de Modesto, na Califórnia, para praticar curvas, frenagem e as regras de comportamento nos cruzamentos. “Vai, vai, vai. Não para, não”, disse o instrutor quando ela diminuiu a velocidade em um entroncamento.

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Ele é Gil Howard, professor aposentado de 82 anos, que engatou uma segunda carreira meio que por acaso. Seus métodos não são nada comuns, e justamente por isso é procurado pelas recém-chegadas do Afeganistão, onde a atividade é proibida para praticamente todas as mulheres.

Norte-americano se especializou a ensinar afegãs a dirigir, coisa que elas não podem no país de origem
Rachel Bujalski/The New York Times – 21.02.2024

Nos últimos anos, já ensinou cerca de 400 na comunidade de mais de cinco mil afegãos instalados nesta parte do Vale Central. Diz a lenda local que graças ao “sr. Gil”, como é conhecido na cidade, há mais afegãs enfrentando o trânsito dessa cidade de 220 mil habitantes do que em todo o seu país de origem.

Para muitos norte-americanos, aprender a dirigir é um rito de passagem, uma habilidade associada à liberdade; já para as estrangeiras representa uma tábua de salvação, principalmente em cidades onde as distâncias são enormes e o transporte público, limitado. Com isso, quando Howard percebeu a diferença que a habilitação fazia para essas mulheres, a intenção de ensiná-las veio naturalmente, tanto que nem cobra pelo serviço. O resultado? Uma fila de espera com 50 nomes e uma avalanche de mensagens no celular de gente à procura de vagas. Por meio do boca a boca, não faz muito tempo recebeu uma ligação do Missouri.

Depois que o Talibã retomou o poder no Afeganistão, em 2021, instituiu um regime islâmico rígido, proibindo as meninas e mulheres de frequentar escolas e universidades e de dirigir, mas a verdade é que, mesmo antes da queda de Cabul, raramente se via uma motorista. Na sociedade conservadora daquela nação, as mulheres são mantidas em casa, e só saem na companhia de familiares homens.

Nos EUA, as imigrantes tendem a preservar os hábitos religiosos e culturais, mantendo o uso do véu de cabeça, ou hijab, e muitas optam pelas classes exclusivamente femininas no aprendizado do inglês. As casadas que foram entrevistadas para este artigo concordaram em ser fotografadas só se o marido concordasse, e várias deixaram que os homens falassem por si.

Gil Howard pretendia curtir a aposentadoria na cidade, até começar as aulas
Rachel Bujalski/The New York Times – 21.02.2024

Entretanto, quando se trata de dirigir, muitas se dispõem a assimilar o hábito, embora não falem sobre igualdade de gêneros ou empoderamento. Sua principal motivação? Locomoção. “Quis aprender para ajudar minha família”, explicou Latifa Rahmatzada, de 36 anos, que tirou a carteira de habilitação em setembro passado.

Em Cabul, ela, que tem três filhos pequenos, ficava basicamente confinada ao complexo onde a família morava. Fazer compras era coisa de homem; nas raras saídas, estava sempre acompanhada do marido ou de outro parente. Em Modesto, a mais de 12 mil quilômetros, não teve dificuldade nenhuma para convencer o marido, Hassibullah, a deixá-la dirigir. “Concordei de cara. Era muito estressante para mim ter de fazer tudo sozinho”, ele admitiu. E entrou em contato com Howard.

Hoje em dia, enquanto o marido trabalha em esquema de plantões de nove horas como estocador do Walmart, Rahmatzada está ao volante de um Honda Accord 1992 – que já tinha rodado mais de 300 mil quilômetros antes de lhe ser doado – rumo ao colégio onde os filhos estudam, ao supermercado ou a outros lugares da cidade.

As mulheres do Afeganistão gostam de aprender direção para se locomover melhor nas cidades
Rachel Bujalski/The New York Times – 21.02.2024

Howard, que mora sozinho e tem filhos adultos, se mudou para Modesto em 2012, depois de décadas no ensino de pesquisa de operações e matemática na Naval Postgraduate School de Monterey, na Califórnia. “Minha intenção era só mexer no jardim e viajar de vez em quando”, confessou.

Comovido com as imagens de imigrantes que se afogaram nas tentativas de travessia do Mediterrâneo para chegar ao Ocidente, ele decidiu se oferecer como voluntário da World Relief, ONG que ajuda os refugiados a se estabelecer nos EUA – e não demorou a começar a mobiliar apartamentos para eles, levá-los a diferentes compromissos e distribuir bicicletas de segunda mão.

Assim, descobriu que muitos tinham saído corridos do Afeganistão depois de terem sido ameaçados de morte por trabalhar em parceria com as tropas norte-americanas, e acabou desenvolvendo um interesse profundo em relação a algumas famílias. De repente, seus 65 anos de experiência ao volante passaram a ser muito úteis.

Latifa Rahmatzada, uma jovem afegã mãe de três filhos com carteira de motorista
Rachel Bujalski/The New York Times – 22.02.2024

Em 2017, duas afegãs que tinham acabado de se mudar para a região com a mãe e o irmão caçula lhe perguntaram se poderia ensiná-las a dirigir; Howard começou as aulas em um estacionamento vazio. “Nunca vi uma mulher guiando no Afeganistão, mas aqui é supercomplicado para quem não sabe”, comentou Morsal Amini, a irmã de 24 anos. “D é para ‘dirigir’, R é para ‘ré’ e M, para manobrar”, ela lembrou a explicação que recebeu.

Depois de assimilar o básico, as duas começaram a se arriscar nas estradas vicinais, e só então se aventuraram nas ruas da cidade com o instrutor, que segundo elas é “um anjo de tão calmo e paciente”.

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A procura por seus serviços disparou depois que o Talibã reassumiu o controle do Afeganistão, em 2021, levando uma nova onda de refugiados para os EUA, inclusive para Modesto – tanto que, para manter o controle do número cada vez maior de alunas, criou uma planilha no celular e dá prioridade àquelas cuja habilitação está próxima de vencer. Dependendo do dia, chega a fazer cinco sessões, cada uma variando entre hora e meia e duas horas. “O único problema é que minha pressão aumentou com todo o sal e a gordura dos pratos típicos afegãos que ganho das alunas como forma de agradecimento. A comida deles é muito forte!”, revelou.

Em uma quarta-feira recente, a segunda aula de Howard foi com Zahra Ghausi, de 18 anos, que faria a prova prática na semana seguinte. A universitária seguia por uma rua residencial quando se aproximou de uma escola. “Atenção à velocidade”, disse Howard, segurando o freio de mão, só por precaução.

Gil era professor de matemática e já ensinou cerca de 400 mulheres afegãs a dirigir
Rachel Bujalski/The New York Times – 21.02.2024

Ele a instruiu a pegar a Via Expressa 99; a 100 km/h, Ghausi passou ligeira pelas amendoeiras que margeiam a estrada e mudou de faixa para ultrapassar um caminhão que levava placas de metal. O velocímetro ultrapassou os 110 km/hora. “Não preciso pedir que acelere; ela vai que vai.”

Ghausi pegou a saída da Taylor Road e seguiu rumo à Universidade Estadual da Califórnia, na cidadezinha vizinha de Turlock. “Amo dirigir. E adoro carro esportivo. Um dia, vou ter um só para mim”, afirmou ela depois de estacionar no campus.

A seguir, Howard voltou para Modesto, onde havia outra aluna à sua espera.

c. 2024 The New York Times Company

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