Uma mulher e seu filho prometeram a ao menos 60 brasileiros que estão ilegais no Reino Unido um visto de trabalho por valores que chegaram a R$ 77 mil. Mas, após receber transferências de várias vítimas , a dupla fugiu com o dinheiro.
Idosos do Leste Europeu saudosos da União Soviética reelegeram Putin, diz especialista
Em entrevista à Record News, nesta segunda-feira (18), o professor de relações internacionais da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Vinícius Vieira afirmou que a reeleição de Vladimir Putin , com 88% dos votos, não deve ser vista como “mera fraude” pelo Ocidente. Para ele, principalmente a população idosa do Leste Europeu sente saudade da época da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e vê em Putin a chance de o país retomar o papel de uma grande potência no cenário internacional.
Boato de pronunciamento importante da família real britânica movimenta a internet
O boato de que a família real britânica iria fazer um anúncio importante sobre um dos integrantes movimentou as redes sociais nas últimas horas. O rei Charles 3º e a princesa Kate Middleton são os dois integrantes da monarquia britânica que se tornaram alvos de especulação na internet. O rei trata de um câncer, mas o Palácio de Buckingham nunca revelou em que órgão a doença se localiza. Nas últimas horas, a notícia falsa da morte do rei se espalhou. Já a princesa Kate estava afastada desde janeiro, quando fez uma cirurgia não especificada no abdômen. Mas, Kate apareceu pela primeira vez em um mercado ao lado do marido, o príncipe William.
Como golpistas estão desviando benefícios da previdência social
Nas últimas duas décadas, toda segunda quarta-feira do mês, Marge, de 88 anos, mãe de Liz Birenbaum, tem recebido seu pagamento da Administração de Segurança Social (SSA, em inglês), a previdência social dos EUA. É sua única fonte de renda, com a qual paga seu quarto em uma instituição de longa permanência, para onde foi em outubro, depois de sofrer um derrame.
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Em janeiro, quando o depósito não caiu, sua conta da SSA foi acessada e se encontrou uma pista surpreendente: os últimos quatro dígitos do número de uma conta – em outro banco – não correspondiam aos da conta dela. “Alguém tinha acessado. Entrei em pânico”, disse Birenbaum, que mora em Chappaqua, no estado de Nova York.
Liz Birenbaum percebeu que o valor que sua mãe recebia da Seguridade Social fora desviado para outra conta
Tony Cenicola/The New York Times
Logo ficou evidente que um fraudador tinha redirecionado o benefício de US$ 2.452 para uma conta desconhecida do Citibank – banco que Marge, que mora em Minnesota, nunca tinha usado. (Birenbaum solicitou que o nome completo de sua mãe não fosse usado para protegê-la de golpes futuros.)
Imediatamente, Birenbaum começou a fazer ligações para resolver o problema. Quando, por fim, conseguiu falar com um representante da SSA de uma agência local de Bloomington, em Minnesota, ele mencionou, de forma casual, que esse tipo de fraude era praticado “o tempo todo”. “Fiquei chocada”, comentou ela.
De modo geral, os golpes relacionados à SSA são amplamente difundidos: os fraudadores se passam por funcionários para tentar extrair dinheiro e informações valiosas referentes à identificação das pessoas, em uma variedade de esquemas que estão em constante evolução. Mas essa fraude específica – na qual os criminosos usam informações pessoais roubadas para acessar contas da SSA on-line ou para criar novas e desviar os benefícios para outros lugares – tem atormentado as pessoas há mais de uma década.
Uma vez que eles obtêm acesso à conta on-line da previdência social de uma pessoa, podem alterar o endereço e as informações de depósito de um beneficiário ou solicitar outra via do cartão.
Quase todo mundo é um alvo em potencial. A Administração de Segurança Social dos Estados Unidos faz o pagamento para mais de 70 milhões de beneficiários, incluindo aposentados e pessoas com deficiência, totalizando quase US$ 120 bilhões por mês. A agência estimou que, no ano passado, os depósitos diretos de cerca de dois mil titulares foram redirecionados.
Pode ser um golpe lucrativo e uma perda devastadora para o beneficiário. Um valor estimado de US$ 33,5 milhões em benefícios – destinados a quase 21 mil favorecidos – foi redirecionado em um período de cinco anos, até maio de 2018, de acordo com a auditoria mais recente do Gabinete de Inspeção Geral (OIG, em inglês), grupo independente responsável por supervisionar investigações e auditorias da agência. Durante o mesmo período, redirecionamentos no valor de US$ 23,9 milhões foram impedidos antes que se efetivassem.
“Os golpistas foram capazes de obter informações suficientes a respeito de um beneficiário real para convencer a SSA de que realmente eram essa pessoa. Feito isso, puderam alterar o depósito direto”, disse Jeffrey Brown, vice-inspetor-geral adjunto do OIG, que analisou o assunto em 2019.
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A Comissão Federal de Comércio (FTC, em inglês), que coleta denúncias feitas pelos consumidores, afirmou que mais de 7.600 pessoas relataram que tiveram o benefício desviado de 2019 até o fim de 2023, com um aumento da atividade no ano passado. “Muitos nos informaram ter descoberto que seu depósito direto tinha sido redirecionado para outra conta ou para uma conta falsa. Muitas vezes, relataram ter recebido uma ligação de um impostor e fornecido suas informações. Acham que foi assim que o benefício foi redirecionado”, afirmou Maria Mayo, vice-diretora da divisão de resposta e operações ao consumidor da FTC.
De acordo com as autoridades antifraude da previdência social, em outra reviravolta no ano passado, houve cerca de 6.100 solicitações ilegítimas, representando 0,3% de todos os requerimentos de aposentadoria iniciados on-line. Estas foram feitas por criminosos com base nos registros de renda de americanos que já haviam atingido a idade para se aposentar, mas que ainda não tinham feito o requerimento.
Os fraudadores coletam informações de identificação pessoal de várias maneiras e depois as usam para acessar contas governamentais ou criar outras falsas. É necessário um número de nove dígitos do seguro social para abrir uma conta on-line na agência, mas para acessar uma já existente não é necessário o número completo.
A SSA envia avisos aos beneficiários via correio, solicitando que entrem em contato com a agência caso não tenham autorizado uma mudança recente nas informações de seu depósito, o que impediu que milhões de dólares em benefícios fossem desviados e perdidos, segundo funcionários do OIG. Também é possível bloquear a função que permite alterações nas contas.
Para alguém como Marge, teria sido impossível corrigir o problema sozinha. Foi bastante complicado para Birenbaum, consultora de marketing, e seu irmão, que mora perto da mãe em um subúrbio de Minneapolis; os dois trabalharam juntos para recuperar os benefícios e proteger a conta dela.
Birenbaum, que denunciou o crime ao OIG e ao FBI e alertou seus representantes estaduais e federais, passou duas horas e meia em espera em uma ligação com a SSA antes de entrar em contato com um assistente social regional. O agente pôde ver que, no início de dezembro, mês anterior ao desaparecimento dos benefícios, as informações de depósito direto de Marge haviam sido alteradas.
O irmão de Birenbaum visitou a agência local do seguro social da mãe e se tornou “representante do beneficiário”, o que lhe permite lidar diretamente com os assuntos (a SSA não aceita procurações). Eles tiveram de encontrar uma maneira de fazer a correção sem levar Marge à agência, o que, segundo Birenbaum, teria sido uma “tarefa hercúlea”.
Marge recebeu o dinheiro perdido em primeiro de março, quase um mês e meio depois de descoberto o problema. “Para ela, terminou de forma positiva, mas, no caso de muita gente que não tem quem a defenda diariamente, os criminosos cibernéticos saem vitoriosos”, disse Birenbaum.
Como se proteger contra o golpe da SSA
Considere bloquear suas contas. Crie uma conta no My Social Security e depois adicione um bloqueio de serviços eletrônicos, função que impede que qualquer pessoa, inclusive você, veja ou altere suas informações pessoais on-line. Para remover a função, vai ser necessário entrar em contato com sua agência. Outro recurso, um bloqueio para prevenir fraudes de depósito direto, impede que qualquer pessoa se inscreva para essa função ou altere seu endereço ou suas informações de depósito direto por meio de sua conta on-line ou instituição financeira. Você precisará entrar em contato com uma agência local para fazer qualquer alteração ou remover o bloqueio.
Não confie, e verifique. Se o identificador de chamadas do seu telefone mostrar “Administração de Seguro Social”, não confie: o número pode ser falso, e a agência só liga para os beneficiários em situações raras. Ligue para o número da agência principal (1-800-772-1213) ou para uma agência local, por intermédio do localizador de agências.
Denuncie possíveis golpes e fraudes no site do Gabinete de Inspeção Geral ou ligue para 1-800-269-0271.
Entre em contato com a Comissão Federal de Comércio se suspeitar que alguém tenha usado suas informações pessoais, pelo site ou pelo telefone 1-877-IDTHEFT (1-877-438-4338).
Consulte a página de recursos da Administração de Seguro Social para saber como detectar golpes.
c. 2024 The New York Times Company
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Com a crise imigratória em Nova York, crianças estrangeiras vendem bala no metrô
Não faz muito tempo, em uma estação no metrô no Bronx, uma menina de jaqueta puffer ia e vinha na plataforma com uma sacola cheia de M&M’s, Kit Kat e chiclete Trident presa ao ombro; não parecia ter mais de oito anos. Um passageiro a registrou em um vídeo que postou no X, antigo Twitter, enquanto questionava: “Está sozinha? Cadê os pais?”
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De todas as manifestações da miséria humana que os dois anos da crise imigratória instauraram na cidade de Nova York, poucas perturbam tanto a consciência quanto a presença de crianças vendendo bala no metrô – muitas vezes durante o horário de aula, de vez em quando com os pais, outras, sozinhas. Tanto nos trens como nas redes sociais, os nova-iorquinos questionam: mas isso não é trabalho infantil? Não é ilegal? Não deveria haver alguém fazendo algo para ajudar essa garotada?
Crianças com menos de 14 anos não podem exercer praticamente nenhuma atividade profissional
Andrés Kudacki/The New York Times – 08.03.2024
As crianças entre seis e 17 têm de frequentar a escola. Com menos de 14 anos, não podem exercer praticamente nenhuma atividade profissional. Não é permitido vender nada no sistema de transporte sem licença. Mas de quem é a obrigação de fazer alguma coisa? De acordo com os questionamentos recentes dirigidos a sete secretarias estaduais e municipais, pelo visto o consenso é a tática do empurra-empurra.
Mais de 180 mil estrangeiros passaram pela triagem das agências locais nos últimos dois anos, e 65 mil estão instalados em abrigos para pessoas em situação de rua. Muitos recém-chegados estão desesperados para encontrar meios de subsistência em uma cidade tão cara, mas não podem trabalhar legalmente, de modo que vender comida se tornou uma das principais fontes de renda.
Uma jovem de 16 anos foi vista recentemente vendendo doces em um dos vagões da Linha 1, em Manhattan, às 10h45 de um dia de semana, e disse que estava ali “porque precisava ajudar os pais”. Ela se recusou a se identificar.
O Departamento de Educação tem “inspetores de frequência”, que trabalham para garantir que os pais mandem os filhos à escola, mas eles não saem fazendo ronda. “Acho melhor você falar com a polícia municipal sobre isso”, escreveu o representante da pasta. Já o Departamento de Polícia afirmou ter emitido pelo menos 1.100 intimações por “venda ilícita e mendicância” nas estações do metrô, mas se recusou a dizer se os oficiais receberam instruções para fazer alguma coisa se virem crianças em idade escolar vendendo doces no horário de aulas.
O Departamento do Trabalho estadual afirmou ser “difícil determinar” se a prática das crianças vendendo doces no metrô viola a legislação que, grosso modo, “regulamenta as relações do setor (ou seja, entre patrões e empregados)”.
A agência do bem-estar social infantil municipal – a Administração para Serviços da Criança (ACS, em inglês) – disse que quem vir um menor em situação de insegurança pode denunciar por telefone, por meio de uma linha especial. Acontece que a Agência Estadual de Serviços da Criança e da Família, que administra o disque-denúncia, afirmou que um pequeno vendendo mercadorias ou pedindo esmola só é considerado caso de maus-tratos ou negligência se houver uma possibilidade específica de risco – “se estiver oferecendo doces em um cruzamento perigoso”. (Embora de uns anos para cá o nível de criminalidade venha caindo no metrô, na semana passada o governador colocou membros da Guarda Nacional e da Polícia Estadual em diversas estações para reduzir as preocupações com a segurança.)
Há também obstáculos logísticos referentes à questão: até alguém ligar para fazer a denúncia e o caso ser avaliado e enviado para a ACS, a criança já mudou de lugar. A polícia tem condições de agir mais depressa, mas geralmente é acionada só em casos de emergência. A Autoridade Metropolitana de Transporte, responsável pelo metrô, mencionou sua regra contra as atividades comerciais não autorizadas, que rendem uma multa de US$ 50, e recomendou que obtivéssemos mais informações com a polícia e a Prefeitura.
Crianças vendem bala em metrôs durante crise migratória em Nova York
Andrés Kudacki/The New York Times – 08.03.2024
Segundo os defensores dos imigrantes, a maioria dos menores que vendem bala é do Equador, e as fotos dos pequenos vendendo doces nos EUA geraram preocupações naquele país. Quando Eric Adams passou por lá, em outubro passado, em uma turnê relâmpago pela América Latina para desencorajar as viagens para Nova York, teve de enfrentar questionamentos durante a coletiva. “O que vai acontecer com nossas crianças, que foram vistas vendendo balas em Times Square?”, perguntou uma repórter. O prefeito saiu pela tangente. “Notei que a prática é comum em todos os países por que passei. Em Nova York, não permitimos que nossos pequenos se arrisquem em ambientes perigosos.”
Os estrangeiros evitam falar sobre a atividade ou onde compram os doces, mas, segundo a reportagem que a “New York Magazine” fez no ano passado, muitos apelam para os atacadistas ou as lojas mais baratas.
Segundo levantamento, maioria das crianças que vendem no metrô é do Equador
Andrés Kudacki/The New York Times – 08.03.2024
A equatoriana Monica Sibri, que atua como defensora dos imigrantes em Nova York, mencionou as várias justificativas que ouviu dos recém-chegados para a presença dos filhos com eles na atividade: “Alguns acham (erroneamente) que os filhos podem perder um semestre de aulas e recuperar depois rapidinho; outros enfrentam atrasos na matrícula por causa de burocracia, como falta de certificado de vacinação; e tem também os que já praticavam a atividade no Equador e simplesmente continuaram aqui, temporariamente. Os pais não estão se negando a pôr as crianças na escola; apenas alegam que vêm enfrentando dificuldades com a papelada exigida, e há quem não confie no sistema.”
Sibri e outros voluntários estarão promovendo reuniões entre março e abril com as famílias de imigrantes que vendem doces nas ruas na tentativa de oferecer recursos para que invistam em educação e “vivam dignamente”.
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Na tarde de uma sexta-feira recente, uma mulher, uma menina e um garotinho menor ainda estavam oferecendo Snickers e Welch’s Fruit Snacks aos passageiros na plataforma de Columbus Circle, em Manhattan. Kristina Voronaia, cazaque de 32 anos que trabalha em um bufê, estava sentada perto deles, deu uma olhada e comentou: “Muito melhor se as crianças estivessem na escola.”
Quando a garota se afastou à procura de clientes, Josefina Vazquez, cuidadora de 50 anos, lhe perguntou onde estava sua mãe. “Aqui perto”, foi a resposta. “Que horror usar os filhos assim”, foi a tréplica. Em espanhol, a pequena explicou que tinha nove anos e não estava na escola porque ainda não tinha sido vacinada. Mais adiante, ela se aproximou de Sandra Acosta com ar de súplica, e a outra acabou comprando um saquinho de M&M’s. “Ela devia estar na escola. Aqui é muito perigoso; tem muita gente doida”, comentou a cuidadora de 55 anos. Pensando melhor, acabou sentindo pena da mãe da menina. “Talvez a mulher não tenha ninguém com quem a deixar. É preciso ver a situação dos dois lados.”
(Liset Cruz e Annie Correal colaboraram na reportagem.)
c. 2024 The New York Times Company
Caravana com 7.000 imigrantes ruma em direção à fronteira do México com os Estados Unidos




























